Trump impulsiona um projeto reacionário que não pode ser exatamente caracterizado como populista. Ele promove um giro autoritário com apoio para-insitucional, a fim de favorecer os capitalistas. A inédita resistência nas ruas ao seu projeto recupera tradições rebeldes e delimita sua margem de ação.
Na estratégia da queda de braço com a China, Trump pretende renegociar tratados, sem retornar ao velho protecionismo. A agressão ao México é uma advertência aos grandes competidores e os maus-tratos aos imigrantes antecipa uma fase de neoliberalismo xenófobo.
O componente keynesiano de Trump não atenua seu caráter regressivo. A ascensão do magnata potencializa o belicismo, e Trump tenta ligar o desenrolar da crise europeia com o futuro próximo estadunidense. O impacto da sua política sobre a América Latina é maiúsculo.