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Dívida, FMI e auditoria num contexto inédito

Macri não pôde transferir a crise para o próximo presidente e deixará uma economia em ruínas. Ele livrou-se da antecipação das eleições e de enfrentar uma rebelião popular semelhante à do Equador, mas desapareceu no final do mandato

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Quais são as perspectivas após o desastre de Macri?

A Argentina em vertigem. A grande vitória contra Macri foi sucedida por outra desvalorização monetária e uma nova erosão da renda da cidadania. O governo zumbi já perdeu as rédeas da economia e enfrenta uma duvidosa subsistência até o fim do ano.

Argentina: o peronismo e a esquerda face ao ocaso de Macri

O enorme impacto da fórmula Fernández-Fernández ilustra a mudança no cenário político, que o fracasso económico de Macri gerou. Fórmula Fernández-Fernández - Alberto Fernández candidata-se a Presidente da República da Argentina, tendo Cristina Fernández Kirchner como candidata a vice-presidente nas próximas eleições presidenciais da Argentina, 27 de outubro de 2019.

Mais Grave que a Grecia e longe de Portugal

Todos os indicadores da economia confirmam um cenário dramático com quatro resultados possíveis. A improvável continuidade do partido no poder implicaria um tedioso ajuste e a eventual dolarização diante de um grande desastre. O alívio da última década colide com a liderança credor do FMI, a adversidade comercial e a desvalorização não resolvida. O Calvário da Grécia antecipa os sofrimentos que o país enfrentará, em uma renegociação da dívida moldada ao FMI. As expectativas em um alívio português tendem a diluir a batalha contra os financistas.

Empobrecimento e resistência: as peculiaridades da Argentina

A Argentina é um grande enigma para os intérpretes do desenvolvimento. Um país favorecido por extraordinárias riquezas naturais e com uma população relativamente qualificada enfrenta profundas crises periódicas. Essas convulsões convivem com enormes movimentos de protesto em cenários políticos convulsivos. Quais são as causas do declínio econômico-social? Como operam as forças que acentuam e temperam esse retrocesso? Que problemas enfrentam as explicações mais correntes?

EM QUEDA A PIQUE ATÉ AO FUNDO

Na Argentina começa a revelar-se em toda a sua dimensão o acordo com o FMI. Em vez das patacoadas que o governo Macri e a sua imprensa tentaram vender sobre «o novo perfil benigno do Fundo», é a brutalidade do empobrecimento, da recessão, da dependência. Mas a própria barbaridade de tal acordo cria novas dificuldades no campo governamental, e a resposta de massas tem sido notável.

Eles ou nos

Era previsível que o modelo económico de Macri afundasse a Argentina numa grave crise. Os recentes acontecimentos, entretanto, mostram que essa crise está a chegar mais cedo do que o previsto. O governo Macri pretende regressar ao FMI, ou seja, pretende radicalizar brutalmente a destruição das conquistas populares dos últimos anos, privilegiar ainda mais o grande capital e os terratentes, submeter o povo à pobreza e o país à dependência e ao endividamento externo. Só uma grande mobilização popular o poderá deter. “Ou eles, ou nós.”

A relevância contemporânea de Marx

A comemoração do 150º aniversário de O Capital renovou o debate sobre as contribuições legadas por Marx para a compreensão da sociedade actual. O texto continua a suscitar apaixonadas adesões e fanáticas rejeições, mas já não exerce a enorme influência que teve nos anos 60 e 70. Também não sofre o esquecimento que acompanhou o desmoronamento da União Soviética. Nenhum investigador probo ignora actualmente o significado do livro e as releituras trespassam a academia e a influência que exerce sobre numerosos pensadores.

A esquerda perante a Venezuela

Durante os últimos dois meses a Venezuela afrontou uma onda de violência terrível. Contam-se já mais de 60 mortos entre escolas saqueadas, edifícios públicos incendiados, transportes públicos destruídos e hospitais evacuados. Os grandes meios de comunicação transmitem, em cadeia, só denúncias macabras do governo. Instalaram a imagem de um ditador em conflito com os democratas da oposição.

O tormentoso começo do governo Trump e o tremor da América Latina

Trump impulsiona um projeto reacionário que não pode ser exatamente caracterizado como populista. Ele promove um giro autoritário com apoio para-insitucional, a fim de favorecer os capitalistas. A inédita resistência nas ruas ao seu projeto recupera tradições rebeldes e delimita sua margem de ação.
Na estratégia da queda de braço com a China, Trump pretende renegociar tratados, sem retornar ao velho protecionismo. A agressão ao México é uma advertência aos grandes competidores e os maus-tratos aos imigrantes antecipa uma fase de neoliberalismo xenófobo.
O componente keynesiano de Trump não atenua seu caráter regressivo. A ascensão do magnata potencializa o belicismo, e Trump tenta ligar o desenrolar da crise europeia com o futuro próximo estadunidense. O impacto da sua política sobre a América Latina é maiúsculo.